by Roberto M.
O chimarrão (ou erva-mate) é uma bebida característica da cultura do sul da América do Sul. É composto por uma cuia, uma bomba, erva-mate moída e água morna.
O termo mate, como sinônimo de chimarrão, é mais utilizado nos países de língua castelhana.
Antes mesmo de ter sua composição química conhecida, a erva-mate já era apreciada pelos indígenas, que não só foram atraídos pelo paladar da bebida preparada, mas, principalmente, pelas virtudes da bebida ingerida, entre as quais se destacava a propriedade de aumentar a resistência à fadiga e por minimizar a sede e a fome.
Os indígenas tinham o hábito de beber infusões com suas folhas.
Hoje em dia este hábito continua popular nestas regiões, consumido como chá quente ou gelado.
NOMENCLATURA BOTÂNICA
A erva-mate tem o nome científico de Ilex paraguariensis A.St.-Hil e é uma árvore da família das aquifoliáceas.
NOMENCLATURA POPULAR
Popularmente, existem vários nomes para identificar esse vegetal.
Dentre os mais comuns podemos citar: Chimarrão, Erva-mate, Erveira, Congonha, Erva, Erva verdadeira, Erva congonha, Chá mate, Chá-do-paraguai, Tererê.
A LENDA DO CHIMARRÃO
Conta a lenda que, em uma tribo dos índios Guaranis, havia um cacique com fama de valentia, bravura e sabedoria. Esse cacique era um exemplo para o seu povo e todos almejavam ser como ele.
No entanto, o cacique estava envelhecendo e tinha muito medo de ficar sozinho. Vivia triste no interior de sua cabana, pois já não conseguia sair para as guerras e nem mesmo para caçar ou pescar.
O velho guerreiro vivia somente com sua filha Yari, que o tratava com muito carinho e dedicação. Ela prometera não se casar, para poder se dedicar totalmente ao pai.
Certo dia, o velho cacique e sua filha Yari receberam a visita de um viajante que por lá passava. O forasteiro pernoitou na cabana e, lá, recebeu os melhores cuidados. Inclusive, Yari cantou para o visitante adormecer e ter um sono tranquilo.
Quando amanheceu, ao acordar, o viajante confessou ser um enviado do Deus Indígena Tupã e para retribuir a hospitalidade do cacique e sua filha disse que atenderia a qualquer desejo, mesmo que o mais distante.
O velho cacique, sabendo que sua filha prometera não se casar para não deixá-lo só, pediu ao enviado de Tupã que lhe fosse devolvida as forças, para que assim sua filha Yari se tornasse livre.
Então, o mensageiro de Tupã, entregou ao velho cacique um galho da árvore de Caá, e lhe ensinou a preparar uma infusão que lhe devolveria todo o vigor.
O mensageiro ainda transformou Yari em uma Deusa dos Ervais e protetora da raça Guarani. A partir desse dia a jovem passou a se chamada de Caá-Yari, a deusa da erva-mate.
Desde então, a erva passou a ser utilizada por todos os guerreiros da tribo Guarani, deixando-os mais fortes e valentes.
Ainda segundo a lenda, quando os espanhóis aportaram na região sul do Brasil, encontraram os índios guaranis dóceis e receptivos, pois eles já utilizavam as folhas da erva nativa da região, em uma bebida que sorviam em cabaças por meio de um canudo, dizendo que a erva Caá havia sido um presente dado a eles pelo Deus Tupã.
A partir desse momento, desde o mais subalterno dos soldados até os mais altos escalões dos oficiais espanhóis passaram a consumir o Chimarrão, não havendo distinção de classes sociais.
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