by Roberto M.
Força Expedicionária Brasileira – FEB foi um contingente militar terrestre que, entre os anos de 1944 e 1945, tomou parte ativamente na campanha da Itália na Segunda Guerra Mundial. Combateram os exércitos da Alemanha nazista e da Itália fascista.
Adotou como lema “A cobra está fumando”, em alusão a um discurso de Getúlio Vargas, que em 1940 afirmou ser “mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra”.
Entretanto, em vista da série de torpedeamentos de seus navios mercantes, o Brasil, por uma nota ministerial de 22/8/1942 reconheceu o estado de beligerância com os países do Eixo. Pensou-se então no envio à Europa de uma força expedicionária, como contribuição à causa dos aliados.
Em 9/8/1943, a portaria ministerial nº 46-44, ordenou a criação da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE).
A partir daí, começou a mobilização do contingente. Foi uma árdua tarefa, pois a falta de preparação técnica e psicológica, e a deficiência de aparelhamento e instalações, entre muitas outras coisas, dificultaram o trabalho dos chefes militares.
Apressadamente escolhidos, a tropa recrutada e os voluntários, vindos de todas as partes do Brasil, seguiram para a concentração na Vila Militar, localizada em um dos subúrbios do Rio de Janeiro.
A instrução do contingente se deu com muito sacrifício. O número de instrutores era ínfimo em comparação à massa de recrutas, além da premência de tempo que se dispunha para realizar essa tarefa.
Aos 2/7/1944, o recém-criado Estado-Maior especial da operação sigilosa de embarque fez partir para a Europa o primeiro escalão da FEB. A tropa chegou a Nápoles, sem nenhum incidente, em 16/7/1944.
Os 2º e 3º escalões partiram juntos do Rio de Janeiro em 22/9/1944, chegando a Nápoles em 6/10/1944.
Com os 4º e 5º escalões de embarque, que saíram em 23/11/1944 e 8/2/1945, respectivamente, chegando a Nápoles em 7/12/1944 e 22/2/1945, completava-se o envio da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, impropriamente denominado o 1º Escalão da FEB, que somente em julho de 1945, após o término da guerra, passou a ser conhecida como Força Expedicionária Brasileira.
A colaboração brasileira, no tocante a forças terrestres, constituiu-se de uma divisão de infantaria e alguns elementos do corpo do exército, num total de 25334 homens.
Nesta campanha, foram mortos, diretamente em combate, cerca de 450 pracinhas e 13 oficiais brasileiros. A divisão brasileira ainda teve cerca de 2000 mortes devido a ferimentos de combate e mais de 12 mil baixas por mutilação ou outras diversas causas que os incapacitaram para a continuidade do combate.
Em 6/6/1945, foi ordenado pelo Ministro da Guerra, que as Unidades da FEB, que estavam na Itália, se subordinassem ao comandante da 1ª Região Militar no Rio de Janeiro, o que, em ultima análise, significava a dissolução do contingente.
As cinzas dos corpos dos heróis brasileiros mortos no combate foram transladadas de Pistóia para o Brasil em 5/10/1960, e hoje repousam em um monumento que foi erguido para esse fim, na cidade do Rio de Janeiro.
O Dia do Expedicionário é comemorado no dia 5 de maio, data em que também se comemora o fim da Segunda Guerra Mundial.
A Canção do Expedicionário é o verdadeiro Hino da Força Expedicionária Brasileira.
Foi lançada em disco em outubro de 1944, na oportunidade em que 3 dos 5 escalões da FEB já estavam na Itália.
A música é do maestro Spartaco Rossi e o poema de Guilherme de Almeida.
Acompanhe a letra escutando a Canção do Expedicionário.
Para escutá-la, clique na seta do tocador logo abaixo do capacete.
Canção do Expedicionário
Exército Brasileiro
Letra: Guilherme de Almeida
Música: Spartaco Rossi
Você sabe de onde eu venho?
Venho do morro, do Engenho,
Das selvas, dos cafezais,
Da boa terra do coco,
Da choupana onde um é pouco,
Dois é bom, três é demais,
Venho das praias sedosas,
Das montanhas alterosas,
Do pampa, do seringal,
Das margens crespas dos rios,
Dos verdes mares bravios
Da minha terra natal.
--------------------------------------------
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
--------------------------------
Eu venho da minha terra,
Da casa branca da serra
E do luar do sertão;
Venho da minha Maria
Cujo nome principia
Na palma da minha mão,
Braços mornos de Moema,
Lábios de mel de Iracema
Estendidos para mim.
Ó minha terra querida
Da Senhora Aparecida
E do Senhor do Bonfim!
-----------------------------------
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
---------------------------------------
Você sabe de onde eu venho?
E de uma Pátria que eu tenho
No bojo do meu violão;
Que de viver em meu peito
Foi até tomando jeito
De um enorme coração.
Deixei lá atrás meu terreno,
Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacarandá,
Minha casa pequenina
Lá no alto da colina,
Onde canta o sabiá.
-------------------------------------
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
---------------------------------------
Venho de além desse monte
Que ainda azula no horizonte,
Onde o nosso amor nasceu;
Do rancho que tinha ao lado
Um coqueiro que, coitado,
De saudade já morreu.
Venho do verde mais belo,
Do mais dourado amarelo,
Do azul mais cheio de luz,
Cheio de estrelas prateadas
Que se ajoelham deslumbradas,
Fazendo o sinal da cruz!
--------------------------------------------
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil
Bibliografia: Enciclopédia Barsa - Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda
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