Recentemente vimos em todas as mídias possíveis e imagináveis a
repercussão de uma reportagem que dizia o quão "bela, recatada e do lar" era a
esposa de um certo político, em foco naquele momento.
Deixando um pouco de lado a futilidade (ou não) da matéria, é importante
filosofar um pouco sobre a repercussão e "problematização" que ela obteve.
Absolutamente tudo é problematizado nos dias de hoje. Grande parte da indignação das pessoas é direcionada e focada para assuntos que muitas vezes não têm o objetivo de ser ofensivos.
Um exemplo?
Ninguém mais pode ser conhecido por alguma característica física. Isso é tido
como forma de violência ou preconceito.
Outro exemplo?
Não se pode não gostar de animais, pois as pessoas começam a te ver como um
ser sem coração. No final, você é “obrigado” a gostar dos animaizinhos, mesmo
sem gostar...
Perceba aqui que não estou defendendo a violência, que é, sim, algo
abominável. É óbvio que sou contra qualquer forma de ofensa, preconceito ou
violência! Não defendo que alguém seja xingado ou ofendido, ou que algum animal
seja maltratado.
O que estou tentando mostrar é o receio que muitos estão tendo de se
expressar, de falar, sem ofender, daquela característica mais marcante de uma
pessoa – aquele trabalho que faz o caricaturista, por exemplo. Ou mesmo que não
é justo não confiar em alguém que não possui um cachorro de estimação, apenas
por esse motivo.
Atualmente parece que as pessoas estão com medo de pensar, de expressar-se
livremente, com medo de ser contra a tropa do politicamente correto, a opinião
da maioria.
Enfim, voltando à reportagem, acredito que ela não teve a intenção de ser
ofensiva. Na verdade, acredito que o redator já imaginou a polêmica e a
indignação que causaria e, assim, a revista conseguiu exatamente a audiência que
queria.
Em relação à problematização, uma coisa é certa: muita gente achou o assunto
extremamente desinteressante. Então por que se dar ao trabalho de criticar uma
coisa tão tola?!
No meu ponto de vista, a revista só escreveu essa reportagem pra atingir
exatamente esse ponto, e conseguiu! Talvez se ela tivesse escrito uma reportagem
muito mais séria, de caráter investigativo, por exemplo, que fosse bom pra
grande parte da população, ninguém estaria discutindo tanto quanto foi
discutido!
Isso que eu falo que está chato... A discussão do inútil!!
Mas enfim, essa é só mais uma opinião no meio de tantas outras. No fim, o que
sinto que está faltando é o respeito. Um respeitar o outro e o outro respeitar o
um.
E você? O que pensa a respeito desse assunto?
Emita, também, sua opinião.
Hoje em dia, na era do “politicamente correto”, tudo virou problema. O “policiamento ideológico” está cada vez mais presente e, parece, que ninguém está percebendo isso.
ResponderExcluirAs pessoas estão sim com medo de pensar, de expressar-se livremente, com medo de ser contra a tropa do politicamente correto, uma minoria barulhenta.
O quê eu penso sobre isso? Penso que você tem toda razão, o mundo está se tornando um lugar chato para se estar. Eu não tenho perfil para ter um animalzinho, mas isso não significa que eu não gosto de animais, pelo contrário, adoro-os, só não quero ser dona de um. Motivos? Tenho outros interesses mais interessantes para mim. Mas quando digo para as pessoas que não tenho um cachorro, elas me olham como se eu fosse um ser verde, longos braços, voz metálica... Um ET.
ResponderExcluirQuando eu quero contar algum episódio para alguém e preciso me referir a alguém da raça negra, acabo sempre deixando o assunto prá lá, pois tenho medo de dizer que a pessoa é negra ou preta. Sei lá, alguém sempre acaba achando que eu sou preconceituosa só porque pronunciei a cor do sujeito.
Agora, quanto à discussão sobre a atividade "do lar" da esposa do tal político... Qual é o problema dela ser do lar ou não? Seria melhor ou pior se ela fosse "da rua"?
Sabe de uma coisa? Seres humanos estão se deixando dominar pela inutilidade por falta de estudar. Vamos pessoal, vamos estudar os grandes filósofos! Vamos estudar e ler! Não ler só comentário de facebook, vamos ler um belo livro, daqueles que demoram uns bons 15 dias ou mais para terminar. É bom ler, nós estamos nos acostumando com mediocridade e futilidade... Vamos nos intelectualizar. Assim aprenderemos a escolher melhor nossos políticos...
Nelsina Ventura