by Roberto M.
De vez em quando, olhando para o céu infinito, coberto de estrelas e astros,
me vejo filosofando comigo mesmo sobre toda essa imensidão desconhecida.
Estou na Terra, minha casa. Mas, apesar de parecer que estou parado, esta
casa se move. É como se fosse um trem, cheio de vagões, a serpentear pela
cintilante estrada das estrelas e astros infinitos.
E qual será o destino da Terra? Ficará para sempre circulando pelos mesmos
pontos do universo, ou algum dia chegará a um ponto final?
Meus pensamentos, especulativos é claro, contemplam muitas observações
científicas interessantes mas, minhas conclusões filosóficas estão longe de ser,
realmente, conclusivas.
Pois bem, vou falar do meu último devaneio, onde nem pensei nos desaforos
ambientais que o ser humano provoca e que poderão interferir no destino da
Terra. Pensei somente no planeta em movimento, influenciado pelas leis da física
que conhecemos.
Estudando a interação das forças e movimentos, ou seja, a "dinâmica" do
sistema solar, pude inferir várias coisas.
Sabe-se que as grandes marés oceânicas, gradualmente, estão retardando a rotação da Terra. Sabe-se, também, que pouco
a pouco a Lua está se afastando da Terra. Isso tende a tornar os meses mais
longos.
Esse fenômeno, de afastamento lento, ocorre, também, com a Terra em relação
ao Sol, e isso contribui para aumentar a duração dos dias.
A taxa desse aumento é extremamente desprezível, afinal é apenas um milésimo
(0,001) de segundo a cada século.
Mas o que é um século dentro do tempo infinito? Os anos passam num piscar de
olhos.
Daqui a vários milhões de anos, cada dia e cada noite poderá durar o
equivalente a 40 ou 50 dos nossos dias atuais.
Mas, aí começam as contradições e os fenômenos estranhos.
Se o dia cresce de duração, o mês torna-se mais curto. Isso, em outras
palavras, poderá indicar a aproximação, cada vez maior, da Lua em relação à
Terra.
Chegará o tempo em que o choque será inevitável.
A vida se extinguirá e o que
sobrar do planeta ficará vagando pela infinita escuridão dos céus.
Mas a preocupação, agora, é desnecessária. Isso só vai acontecer, se
acontecer, daqui a alguns bilhões de anos.
Quem sabe, até lá, alguma solução não tenha sido encontrada pelo homem.
Talvez toda a criatura humana se mude para algum outro planeta, tão ou mais
hospitaleiro do que esse e lá fique por mais alguns bilhões de anos.
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não dá para negar um certo medo desse futuro, embora eu saiba que não estarei aqui. Ou estarei?
ResponderExcluirNelsina Ventura
Cara, vc se equivoca quando deduz que dia mais longo significa mês mais curto e, portanto, lua mais próxima. Isso valeria para os calendários lunares, em desuso desde a Antiguidade, quando Julio Cesar propôs o calendário, depois reformado pelo Papa Gregório, e atualmente em uso. O dia tende a ficar mais longo porque as forças de maré (ou seja, a diferença entre a atração gravitacional exercida por um corpo sobre ambos os lados de outro corpo, função da diferença de distância) tendem mesmo a frear a rotação. Após inumeráveis anos, a tendência é levar ao sincronismo entre rotação e translação, como já ocorre com a Lua e Mercúrio, que têm sempre a mesma face voltada à Terra e ao Sol respectivamente. A única hipótese de reverter a tendência de afastamento entre Lua e Terra, ou entre o sistema Terra-Lua e o Sol, é o impacto de algum asteróide imenso. Ademais, maior distância ao Sol - menor velocidade angular (embora maior velocidade linear) - ano mais longo. Sendo o mês o produto da divisão do tempo de 1 ano por aproximadamente 12, isso significará anos e meses cada vez mais longos. Outro fato simultâneo mas sem nenhuma correlação com isso é o gradativo afastamento da Lua.
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