by Roberto M.
Já tivemos oportunidade, em outros artigos, de falar sobre o ciclo da água na natureza, dos vários tipos de precipitação, da
umidade do ar, das massas de ar, dos ventos e
de outras coisas relativas à nossa atmosfera.
Hoje vamos falar sobre as nuvens e os nevoeiros e sobre a classificação,
nomes e tipos de nuvens.
Como já visto no artigo sobre o ciclo hidrológico, é a condensação do vapor
de água presente na atmosfera que dá origem às nuvens e aos nevoeiros.
Basicamente, eles são formados por gotículas de água mais leves do que o ar.
DIFERENÇA ENTRE NUVEM E NEVOEIRO
Para simplificar a definição, podemos dizer que:
– Nuvens: a condensação ocorre bem acima da superfície da terra.
– Nevoeiro ou neblina: a condensação ocorre perto do solo.
Com o passar do tempo, sabemos que tanto os nevoeiros como as nuvens
precipitam, a água que contêm, no solo novamente.
Os nevoeiros, também chamados de neblinas, perdem a água quando entram em
contato com as superfícies frias da terra (folhas de plantas, para-brisas de
automóveis, janelas das casas, etc.) formando os orvalhos e as geadas.
As nuvens, quando há uma concentração de gotículas de água que se juntam e
ficam mais pesadas, acabam perdendo sua água para o solo através
das chuvas que caem.
Normalmente, as nuvens são classificadas por três critérios: pela
aparência, pela forma de desenvolvimento e
pela altitude em que se encontram.
CLASSIFICAÇÃO DAS NUVENS PELA APARÊNCIA
Com base no critério da aparência podemos classificar as nuvens em
três tipos:
– Cirros: são nuvens fibrosas, altas, brancas e finas
– Cúmulos: são massas de nuvens individuais e globulares com
aparência de cúpulas salientes.
– Estratos: são camadas que cobrem todo ou grande parte do céu.
Podemos dizer que, toda e qualquer nuvem retrata uma dessas formas básicas ou
uma combinação delas.
CLASSIFICAÇÃO DAS NUVENS PELA FORMA DE DESENVOLVIMENTO
Com base no critério da forma de desenvolvimento podemos
classificar as nuvens em dois tipos:
- Nuvens Estratiformes: elas são produzidas por levantamento brando
sobre áreas extensas, se espalham lateralmente.
- Nuvens cumuliformes: são as nuvens de desenvolvimento vertical, que
geralmente cobrem pequenas áreas e são associadas com levantamento vigoroso.
CLASSIFICAÇÃO DAS NUVENS PELA ALTITUDE
Com base no critério da altitude em que se encontram, as nuvens
podem ser classificadas como nuvens baixas, nuvens médias e nuvens altas.
NUVENS BAIXAS
As nuvens baixas são aquelas que se encontram a menos de 2000 metros de
altitude.
Dentre elas podemos destacar as seguintes:
– Estratos (St): essas nuvens lembram um
nevoeiro, mas ficam mais distantes do solo. É uma camada baixa, uniforme e
cinza. Pode produzir chuvisco.
– Estratos-cúmulos (Sc): essas nuvens são cinzas
e formam uma camada em forma de rolos ou em formas globulares. Normalmente
consegue-se ver o céu azul nos espaços entre elas.
– Nimbos-estratos (Ns): essas nuvens formam uma
camada amorfa de nuvens cinzentas que se precipitam sob a forma de chuva ou
neve. É uma das nuvens mais associadas à precipitação.
– Cúmulos (Cu): São nuvens densas, com contornos
salientes, ondulados e bases frequentemente planas. Essas nuvens se desenvolvem
na vertical (cumuliformes) e sua parte superior lembra a estrutura de uma
couve-flor. Quando elas se apresentam pequenas, sem se desenvolverem na
vertical, é indício de tempo bom. Quando há um desenvolvimento vertical grande,
elas trazem chuvas, inclusive de granizo.
NUVENS MÉDIAS
As nuvens médias são aquelas que se encontram entre 2000 metros e 6000 metros
de altitude.
Dentre elas podemos destacar as seguintes:
– Altos-cúmulos (Ac): São nuvens
que vão do branco ao cinza e são constituídas de glóbulos separados ou ondas.
Essas nuvens parecem pratos rasos ou tufos de algodão organizados em fileiras.
– Altos-estratos (As): Essas
nuvens formam uma camada uniforme branca ou cinza, que pode produzir
precipitação muito leve.
NUVENS ALTAS
As nuvens altas são aquelas que se encontram entre 6000 metros e 15000 metros
de altitude.
Dentre elas podemos destacar as seguintes:
– Cirros (Ci): Nuvens finas,
delicadas, fibrosas, formadas de cristais de gelo. Geralmente são delgadas e
brancas, lembram caudas de cavalos.
– Cirro-cúmulos (Cc):
geralmente são delgadas e brancas, de cristais de gelo. Essas pequenas nuvens
brancas se dispõem em fileiras na forma de ondas ou massas globulares.
Popularmente são conhecidas como “céu de cavalas”. É a menos comum das nuvens
altas.
– Cirro-estratos (Cs): São
nuvens brancas de cristais de gelo que formam uma camada fina e que podem dar ao
céu um aspecto leitoso. Podem produzir halos em torno do sol ou da Lua.
– Cúmulos-nimbos (Cb): essas nuvens
são cúmulos que subiram e alcançaram uma altitude entre 9000 e 15000 metros de
altitude. Tem a mesma forma que os cúmulos, são de desenvolvimento vertical
(cumuliformes) e são de cristais de gelo. Devido à distância têm a aparência de
montanhas. Os cúmulos-nimbos estão associados a chuvas muito fortes, relâmpagos,
tornados e granizo. São conhecidas como “nuvens de trovoada”.
OBSERVAÇÕES
1 - Note que as nuvens altas são formadas por minúsculos cristais de gelo, ao
contrário das nuvens baixas e médias que são formadas por gotículas de água.
2 - Como há mais vapor d’água disponível em altitudes mais baixas, as nuvens
médias e baixas são mais densas que as altas.
3 - As altitudes que delimitam as faixas acima não são números fixos. Há
variações sazonais e latitudinais. Em altas latitudes ou durante o inverno em
latitudes médias as nuvens altas são geralmente encontradas em altitudes
menores.
4 - A menos das nuvens cúmulos e cúmulos-nimbos, que são cumuliformes
(desenvolvimento vertical), todas as outras são estratiformes (desenvolvimento
lateral).
5 - Nimbos-estratos e Cúmulos-nimbos são as nuvens responsáveis pela maioria
das precipitações.
Bibliografia: Vesentini, J. Willian & Vlach, Vania – Geografia Crítica –
Vol I – Ed. Ática – 13ª Edição.
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