Certas palavras, na língua falada, podem trazer algumas confusões na hora da
interpretação do seu sentido, principalmente para os estrangeiros que não têm
muita intimidade com o idioma.
É o caso da palavra “meia” que, dependendo do contexto, pode atrapalhar os
interlocutores.
Em princípio, “meia” é um substantivo feminino ou é um numeral, podendo significar duas
coisas:
Ou é aquela peça de vestuário que serve para cobrir o pé e parte da perna (substantivo) ou quer dizer metade de alguma coisa (numeral).
Ou é aquela peça de vestuário que serve para cobrir o pé e parte da perna (substantivo) ou quer dizer metade de alguma coisa (numeral).
Entretanto, dependendo do modo que é colocada, pode dar margem a diferentes
interpretações.
Recebi, por e-mail, um desses textos que ficam rodando pela internet que
mostra, de maneira divertida, as dificuldades que uma pessoa pode ter para
entender certas informações. Ainda que, às vezes, falando o mesmo idioma.
Acompanhem o diálogo acontecido, na recepção de um teatro em Fortaleza, entre
um funcionário do estabelecimento e um turista Moçambicano que, apesar de falar
a mesma “língua Portuguesa”, não estava acostumado com o “português” praticado
no Brasil.
DIÁLOGO ENTRE UM BRASILEIRO E UM MOÇAMBICANO
Turista: Olá, por favor, onde
posso comprar o ingresso para a peça?
Funcionário: Olá, boa noite, o
guichê “meia três” está vazio.
Turista: Desculpe, qual guichê?
Funcionário: “Meia três”.
Turista: Não entendi, poderias
escrever?
Funcionário: Não sabe o que é
“meia três”? Sessenta e três, assim, veja: 63.
Turista: Ah, entendi, *meia* é
*seis*.
Funcionário: Isso mesmo, meia é
seis.
Turista: E qual é o preço do
ingresso?
Funcionário: Dez reais. Mas
estrangeiros e estudantes pagam *meia*.
Turista: Ah! que bom. Então eu,
que sou estrangeiro, pagarei *seis* reais.
Funcionário: Não, o senhor paga
meia. Só cinco, entende?
Turista: Pago meia? Só cinco?
Então, *Meia* é *cinco*?
Funcionário: Isso, meia é cinco.
Turista: Tá bom, *meia* é
*cinco*.
Funcionário: Cuidado para não se
atrasar, a peça teatral começará às oito e meia.
Turista: Então já começou há
quinze minutos, são oito e vinte.
Funcionário: Não, ainda faltam
dez minutos. Como falei, só começa às oito e meia.
Turista: Pensei que fosse 8:05,
pois *meia* não é *cinco*? Você pode escrever aqui a hora que começa?
Funcionário: Oito e meia, assim,
veja: 8:30
Turista: Ah, entendi, *meia* é
*trinta*.
Funcionário: Isso mesmo, oito e
trinta.
Turista: Ao final da peça, qual
será a dificuldade de eu arranjar um táxi para a casa do amigo onde estou
hospedado?
Funcionário: Em que bairro?
Turista: No Trinta Bocas.
Funcionário: Trinta bocas? Não
conheço esse bairro em Fortaleza, não seria no Seis Bocas?
Turista: Isso mesmo, no bairro
*Meia* Boca.
Funcionário: Não é meia boca, é
um bairro nobre.
Turista: Então deve ser *cinco*
bocas.
Funcionário: Não, Seis Bocas,
entende, Seis Bocas. Chamam assim porque há um encontro de seis ruas, por isso
seis bocas. Entendeu?
Turista: Ah! Entendi. Vou comprar
o ingresso, então.
Funcionário: Só mais uma
coisinha, senhor. Normalmente não se entra na sala de espetáculos de sandálias.
Seria interessante o senhor colocar uma meia e um sapato...
O africano desmaiou...
Fonte: Adaptado do original de Jansen Viana em “Trocando seis por meia dúzia”
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