by Roberto M.
Em outro artigo já estudamos a circulação geral da atmosfera, vimos como são
formados os ventos e conceitos que influenciam na sua formação, tais como, altas
e baixas pressões, ciclones e anticiclones e os tipos de ventos.
Vimos, também, que alguns desses tipos de ventos são regulares, ou
seja, sopram permanentemente, com maior ou menor intensidade.
São eles que
caracterizam a circulação atmosférica mundial.
No esquema de circulação atmosférica global, as zonas polares funcionam como
centros dispersores dos ventos, pois é a partir delas que ocorre a expansão do
ar em direção às baixas latitudes.
O ar, quente e menos denso, sobe no Equador (criando uma área de baixas
pressões de origem térmica perto da superfície que atrai ventos do Norte e do
Sul) e flui na direção dos polos (onde arrefece).
Entre os ventos regulares temos os ventos polares de leste, os alísios e os
ventos de oeste.
VENTOS POLARES
Os ventos polares são ventos que se deslocam dos polos em direção aos
trópicos. Normalmente são chamados de ventos polares de leste, pois
seguem de leste para oeste.
O ar frio e denso dos polos cria uma zona de altas pressões de origem
térmica; o ar desce e flui depois de leste para oeste até chegar a cerca de 60º
de latitude, onde começa a subir.
Esse desvio, que é conhecido como desvio de Coriolis, ocorre
devido à rotação da Terra, que gira de oeste para
leste. Esse movimento interfere na circulação geral da atmosfera e os ventos
sofrem um desvio para oeste, ou seja, para a esquerda do hemisfério sul e para a
direita no hemisfério norte.
Caso não existisse o movimento de rotação da Terra e por consequência o
desvio de Coriolis, todos os ventos teriam, simplesmente, a direção norte-sul.
VENTOS ALÍSIOS
Ventos alísios são aqueles que sopram das latitudes em torno de 30
graus em direção ao Equador.
Como a zona equatorial tem o ar bastante quente, devido à sua maior
insolação, ele torna-se mais leve e tende a subir. Para preencher o espaço
deixado por esse ar que está subindo, sopram os alísios, ventos menos quentes
que procedem das regiões de latitudes subtropicais.
Assim como nos ventos polares, a rotação da Terra provoca o desvio de
Coriolis, também, nos ventos alísios.
Assim, os ventos alísios do hemisfério norte sopram de nordeste para o
Equador e são conhecidos como ventos alísios (ou tropicais) de nordeste.
No hemisfério sul, sopram de sudeste para o Equador e são conhecidos como
ventos alísios (ou tropicais) de sudeste.
Os ventos alísios deslocam-se praticamente o ano todo e sempre na mesma
direção.
VENTOS DE OESTE
Ventos de oeste são os ventos que sopram entre as latitudes 30 e 60
graus (norte ou sul).
Eles se originam na ascensão do ar quente na zona equatorial. Ao subir, o ar
quente vai perdendo temperatura e aumentando de densidade. Por isso, adquire a
tendência de descer. Como isso não é possível na própria zona equatorial, por
causa da existência da corrente ascendente, esse ar afasta-se da linha do
Equador, em um movimento de sentido contrário ao dos alísios, mas realizado a
grande altitude.
Ao se afastar do Equador, perde mais temperatura, torna-se mais denso e
aproxima-se da superfície por volta dos 30 graus de latitude.
Nesse ponto, uma parte desse ar realimenta as altas pressões subtropicais
(das quais saem os ventos alísios em direção ao Equador), mas, a maior parte
continua sua trajetória em direção aos polos, agora soprando na superfície, até
chegar próximo aos 60 graus de latitude, quando volta a subir.
Esta é uma região com um fluxo invertido de superfície. O ar desce a 30°, com
o fluxo de ar vindo do equador e sobe a 60º com o fluxo de ar na célula polar.
Os ventos tentam fluir para norte no Hemisfério Norte e para sul no
Hemisfério Sul, mas são desviados pelo efeito de Coriolis para um fluxo de
oeste.
Bibliografia: Moreira, Igor – Construindo o Espaço do Homem- Vol. I - Editora
Ática.
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