A crise do sistema educacional brasileiro gera muitas deficiências, entre
elas o baixo nível de desempenho linguístico demonstrado por estudantes no uso
da língua escrita.
A redação na escola tem sido um martírio para professores e alunos. A redação
escolar é uma questão que mexe com todo mundo.
Por que razão o estudante escolhe palavras com as quais não tem grande familiaridade, para usar na redação?
Pinçando palavras escritas erradamente em vários textos, foi montada uma
sátira bem humorada sobre o mal uso de nossa língua. Acompanhem, parece até
outro idioma.
A CRÔNICA DO TRIPLO ASSASSINATO
(1) - João acordou, tomou seu café da manhã, e saiu rumo a1 sua primeira viajem2 a trabalho. O caminho era longo e a mição3 arriscada, ele precizaria4 de muita disposissão5 para chegar a salvo em seu destino. Ainda ce6 perguntando o porque7 de ter asseitado8 o emprego, João entrou no carro e jogou o pacote no banco do passajeiro9, “Droga! Estes diamantes chamão10 atenção até enbrulhados11!”. Decidiu então colocar o pacote no porta-malas. Quando foce12 poçível13, compraria uma mala mais discreta para esconder melhor aquele brilho estremo14.
(2) - Natasha abril15os olhos. Estava acordada, mas seu corpo paressia16 não obedeçer17 a seus comamdos18. O dezânimo19 tomava conta de cada fil20 de cabelo, de cada múscolo21, de cada gota de sangue de suas veias. “Forssa22 Natasha, é a útima23 tarefa e você estará livre.” Olhou a24 sua volta. Que hotel aviam25 arranjado para ela! Depois de tantos anos, a escolha daquele hotel sem classe era até uma falta de considerassão26 com seus servissos27 tão bem feitos. Levantousse28, o dia seria ruim.
(1) - João dirigia tranquilamente pela estrada. Consseguira29 uma mala perfeita para esconder os diamantes, o tempo estava bom, e ele estava adiantado. Não tinha o que dar errado! Paçava30 agora por uma paizagem31 bonita, quaze32 selestial33. “Na volta vou parar ali!” Por um momento, João dezejou34 ter uma espoza35 e filhos, para fazer um piquenique naquela relva tão verde, ao lado daquele lago tão azul. Mas a sua escolha o levou a isso. Decidiu ser para sempre solitário quando açeitou36 o emprego.
(2) - Devagar, Natasha comferiu37 a munição. Contou uma, duas, três vezes. Não queria fazer aquilo, mais38 era sua chansse39 de sair daquele mundo. Paçou40 a mão pela arma – iria se livrar daquele obijeto41 monstruozo42 no mesmo istante43 em que ele fizé-se44 sua útima45 vítima. Seria pela sua filha. Poderia mostrar pra ela, finalmente, como é ter uma mãe prezente46. Não uma mãe assassina. Poderia ser uma mãe cozinheira, ou uma mãe professora, porque47 não? Nunca ezercera48 sua profição49, mas gostava de ensinar as criansas50. Elas nem imaginão51 que pessoas matam pessoas.
(1) - Distraído com a bela paisajem52, João não viu os cacos delicadamente alinhados após a curva, na estrada vazia, e atingiu a armadilha em cheio. Em alguns metros já era impoçível53 continuar. Avistando um posto logo a54 frente, João imaginou que alguém ali poderia ajudar e entrou.
(2) – Obsservando55 através do vidro sujo da janela de seu quarto, Natasha viu seu alvo. Ele não perçebeu56 sua presenssa57 ali, o que era ótimo. Seria limpo e rápido. Talvez ele não tivesse nem percebido a ezistênssia58 do hotel naquele lugar orrorozo59. O truque dos cacos na estrada sempre funçionava60. Agora faltava pouco, ela precizava61 acertá-lo e pegar o pacote. Se aquele pacote chegá-se62 às mãos certas, ela poderia ter uma vida normal novamente!
(1) - João entrou no posto e encostou o carro. Aquele hotel sujo atráz63 do posto não paressia64 ruim, mais65 a sombra de uma pessoa na janela dava calafrios. “Melhor nem olhar!” Aquela janela suspeita fez João preferir levar sua arma.
(2) - Natasha se sentiu desconfortável. O alvo não deveria voltar para o carro e pegar algo lá dentro. Mas não avia66 mais volta, o plano pressizava67 ser concluído.
(1) - João tentou ficar fora da vizão68 da sombra na janela enquanto procurava alguém no posto dezerto69, e se pozicionou70 atráz71 de uma parede. Ele precentia72 algo errado naquele lugar. Por que não avia73 ninguém ali?
(1) (2) - Natasha saiu do quarto, iria até o fim, precizava74 chegar até o alvo, mesmo com aquela censsação75 ruim que centia76. Com cuidado, Natasha se aprossimou77 da parede onde João se abrigava, enquanto João se preparava para sair dali, com a arma em punho. De vagar78, ambos se aproximaram do fim da parede. E se viram.
BUM! BUM!
Dois tiros foram disparados.
João, Natasha e o português foram assassinados.
ERRATA
1à
2viagem 3missão 4precisaria 5disposição
6se
7porquê 8aceitado 9passageiro 10chamam
11embrulhados 12fosse 13possível 14extremo 15abriu
16parecia 17obedecer 18comandos 19desânimo 20fio
21mùsculo 22força 23última 24à 25haviam
26consideração 27serviços 28Levantou-se 29conseguira 30passava
31paisagem 32quase 33celestial 34desejou 35esposa
36aceitou 37conferiu 38mas 39chance 40passou
41objeto 42monstruoso 43instante 44fizesse 45última
46presente 47Por que 48exercera 49profissão 50crianças
51imaginam 52paisagem 53impossível 54à 55observando
56percebeu 57presença 58existência 59horroroso 60funcionava
61precisava 62chegasse 63atrás 64parecia 65mas
66havia 67precisava 68visão 69deserto 70posicionou
71atrás 72pressentia 73havia 74precisava 75sensação
76sentia 77aproximou 78devagar
Artigos Recomendados:
- Palavras erradas faladas normalmente como se certas fossem.
- Verbos impessoais: concordância verbal. Nunca fale “fazem duas horas”.
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- Nada a ver, nada haver, nada a haver ou nadavê. Qual é o correto?
- Por Que, Por Quê, Porque ou Porquê. Quando devo usar cada grafia.
Kakakaka
ResponderExcluirE nada restou dos corpos, que de tão mutilados ficaram irreconhecíveis!
Muito bom.
Pena que, mesmo de forma indireta, a internet esteja contribuindo para o agravamento da situação.
Não, não sou nenhuma autoridade no assunto, mas algumas coisas que tenho lido por aqui é de arrepiar...
Valeu Telma.
Um abração.
a número 1 esta errada... nao se usa crase antes de pronome (sua)
ResponderExcluirMeu caro Jeferson,
ExcluirNão está errado não.
De uma maneira geral os pronomes não admitem artigo, mas, há pronomes que admitem artigo e, com esses, evidentemente, poderá ocorrer a crase.
Pelo que me consta, (sua) é um pronome possessivo. Nos pronomes possessivos, é facultativo o uso do artigo. Posso falar tanto “Sua primeira viagem” como “A sua primeira viagem”.
Sendo assim, como é facultativo o uso do artigo antes dos pronomes possessivos femininos, quando o termo regente exigir a preposição (a), fica facultativo, também, o uso do acento grave indicativo da crase.
Aliás,é bom que se diga, crase não é o nome de um acento (O acento chama-se acento grave). Crase é a junção de dois (aa): a preposição (a) seguida do artigo(a) ou a preposição (a) seguida de um pronome demonstrativo que inicie com (a).
Escrevi um artigo sobre crase que fala sobre os casos proibitivos, os casos obrigatórios, os casos optativos e casos especiais.
Se quiser ver, clique nesse link: "Crase: Saiba tudo sobre ela. Acabe com suas dúvidas"