Era época da segunda guerra e o governo dos EUA
procurava aproximação com o povo latino-americano. Com o objetivo de manter toda a
América alinhada com os Estados Unidos e afastar a influência dos comunistas e
fascistas, na década de 1930 o presidente americano Franklin Roosevelt lançou o
que historicamente viria a ser chamado de "Good Neighbor Policy", a
"Política da boa Vizinhança".
Quem tinha a incumbência de
implantar essa doutrina era o OCIAA (Office of the Coordinator of
Inter-American Affairs) que em português significa “Escritório do Coordenador
dos Assuntos Inter- Americanos".
Para manter a influência norte-americana sobre
os outros países das Américas, esse órgão utilizava a cultura como principal
meio de propagação e, nessa linha, encomendou a Walt Disney (uma espécie de
embaixador não-oficial) personagens que granjeassem afinidades com a América
Latina.
Por causa disso, Walt Disney e
seus artistas foram enviados, em 1941, para uma viagem de cortesia através de
vários países da América, inclusive o Brasil.
Nessa viagem, Disney criou
vários personagens com características específicas dos locais em que
passava.
Na Argentina criou o “Gauchinho
Voador”, no México surgiu o “Galo Panchito” e no Brasil apareceria o nosso
papagaio “José Carioca” ou “Joe Carioca” para os americanos.
Existem várias versões para
explicar o motivo que levou Disney a usar um papagaio para homenagear o Brasil.
A que tem mais aceitação é a versão contada pelo escritor Ezequiel de Azevedo no
seu livro O Tico-Tico: Cem anos de Revista lançado em 2005 pela Via Lettera.
Segundo ele, Disney teria ganho, durante sua viagem ao Brasil em 1941, do
cartunista J. Carlos, um desenho de um papagaio abraçando o Pato Donald. J.
Carlos tinha um papagaio que fumava charuto, vestia um colarinho e usava bengala
como tema de seus trabalhos.
Disney ficou encantado com o desenho e elegeu o
papagaio para representar o Brasil. Faltava só encontrar uma personalidade especial para dar ao papagaio. Essa personalidade apareceu quando Walt Disney foi apresentado ao violinista e cavaquinista José do Patrocínio Oliveira, chamado pelos amigos de Zezinho, que tinha muitos trejeitos; esses trejeitos foram colocados no Zé Carioca.
Um amigo muito próximo do músico dizia: "Ele era todo rapidinho, não parava de se mexer nem de falar". "Não é que Zezinho tivesse jeito parecido com o do personagem. Ele simplesmente era o Zé Carioca".
Um ano depois, em 1942, Disney
lançava o filme "Alô Amigos", onde fazia uma homenagem aos povos da América do
Sul.
Clássico da
animação, "Alô Amigos" é composto por quatro curtas metragens animados, unidos
por cenas filmadas durante a viagem do ano anterior.
As quatro animações são:
1ª) "Lago Titicaca" - O Pato Donald, um típico turista americano, explora o território Inca.
2ª) "Pedro" - um pequeno avião chileno sobrevoa o monte Aconcágua em várias aventuras.
3ª) "O Gaucho Pateta" – o atrapalhado Pateta mostra o modo de vida do gaucho argentino.
4ª) "Aquarela do Brasil" - Donald visita o Brasil e conhece Joe Carioca ou José Carioca e com ele se diverte no Rio de Janeiro.
É exatamente na ultima parte do filme "Alô Amigos", no curta "Aquarela do Brasil" que o nosso "Zé Carioca" é criado, e aparece pela primeira vez.
Encontrei por acaso esse curta metragem antológico e resolvi compartilhar.
Nesse filme, o papagaio Zé Carioca é dublado pelo próprio músico Zezinho. Muita gente pensa que Zezinho fez aquela voz especialmente para o desenho, mas segundo pessoas que conheciam o músico, essa era, verdadeiramente, a voz dele.
Nesse filme, o papagaio Zé Carioca é dublado pelo próprio músico Zezinho. Muita gente pensa que Zezinho fez aquela voz especialmente para o desenho, mas segundo pessoas que conheciam o músico, essa era, verdadeiramente, a voz dele.
Vejam o filme
São 8 minutos de sonho e diversão.
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Ah, que pena que acabou... Só 8 minutos???
ResponderExcluirWalt Disney retratou a visão que os americanos tinham do povo brasileiro: um personagem vagabundo, malandro e caloteiro.
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