by Roberto M.
A Avenida Paulista é um dos locais mais famosos da capital de São Paulo. Seu
charme e grandiosidade a tornaram o ícone máximo do turismo paulistano.
Uma localização privilegiada, uma boa infraestrutura e uma boa dose de
investimentos fizeram da Avenida Paulista o maior centro empresarial da América
Latina. Lá se instalaram sedes de grandes empresas, consulados, hotéis,
hospitais e bancos.
Mas, a Avenida Paulista não vive apenas do seu lado financeiro. Além de abrigar as mais variadas corporações, é um dos maiores polos culturais e de lazer da cidade.
É nela que está localizado o MASP (Museu de Arte de São Paulo), a Casa das Rosas (Centro cultural dedicado à
poesia), além de tantos outros centros culturais, cinemas, teatros e cafés que
garantem divertimento variado para todos os gostos.
Não bastasse isso, é na Avenida Paulista que se realizam a maioria das
comemorações e eventos de massa da grande metrópole. Entre eles podemos citar a
festa do “Réveillon” na passagem de ano, a Parada Gay e as comemorações das
torcidas, quando têm seus times campeões.
Entretanto, nem sempre existiu essa grande agitação. O local onde está
localizada a avenida, um espigão que separa os vales dos rios Pinheiros e Tietê
e que atinge 847 metros de altitude máxima, era uma “floresta” que fazia parte
da Mata Atlântica e era conhecido como Altos do Caaguaçu, que na língua tupi
significa “mata fechada ou grande”.
Em 1880, Mariano Antonio Vieira adquire uma das chácaras da região, chamada
Chácara do Capão.
Tendo como ponto de partida o Morro do Caaguaçu, ele inicia a construção de
uma pequena trilha que cortava a grossa vegetação. Era a “Estrada da Real
Grandeza”, por onde circulavam carros de bois (o meio de transporte da época) e
tropeiros guiando o gado bovino com destino ao matadouro da vila Clementino na
zona sul da cidade. Era o embrião da Avenida Paulista.
A partir de 1890, um uruguaio engenheiro agrônomo, urbanista e jornalista
chamado Joaquim Eugênio de Lima juntamente com dois sócios, começaram a comprar
outras chácaras da região. Compraram as terras do fazendeiro José Coelho
Pamplona e também da Chácara Bela Vista nos altos do Caaguaçu.
A partir daí, Joaquim Eugênio de Lima e seus sócios começaram a lotear a
região e seguindo os moldes das grandes vias europeias (plana, larga e
arborizada) projetaram a primeira grande avenida da cidade: a Avenida Paulista.
Note-se, que os empreendedores tiveram o cuidado de preservar uma área com a
vegetação nativa. Essa área é hoje o conhecidíssimo Parque Tenente Siqueira Campos, o Parque
Trianon.
A Avenida Paulista foi inaugurada, em 1891, com três vias: uma para bondes de
tração animal, outra para carruagens e a terceira para cavaleiros.
Para homenagear o empreendedor, quiseram dar o nome de Joaquim Eugênio de
Lima à Avenida, mas ele recusou veementemente dizendo: “O nome da avenida será
Paulista, em homenagem aos paulistas”.
De início, os 2 800 metros de comprimento da Avenida Paulista, com seus 30
metros de largura, eram recobertos de pedregulhos brancos. Além disso, a via era
totalmente ladeada por espécies arbóreas como plátanos e magnólias.
No ano de 1900, com a chegada da eletricidade à Avenida, os bondes de tração
animal deram lugar aos bondes elétricos.
Em 1909, fruto da importação de materiais, tornou-se a primeira via asfaltada
da cidade.
Nessa época, a elite paulistana, que começava a se formar, inaugurava, na
região, luxuosos palacetes e era na Avenida Paulista que ocorria o famoso
carnaval dos foliões da elite.
Em 1903, foi fundado o “Instituto Pasteur de São Paulo” (destinado à pesquisa
do vírus rábico) que, até hoje, encontra-se instalado no mesmo edifício.
Em 1906, foi construído o primeiro hospital particular da cidade, o
“Sanatório Santa Catarina”. Hoje, a região é considerada um dos maiores
complexos hospitalares do mundo.
A Avenida abrigou, ainda, dois observatórios meteorológicos. Em 1909, o
“Observatório da Avenida”, na residência de José Nunes Belfort Matos. Em 1912 o
“Observatório de São Paulo”, sede do serviço de Meteorologia.
Em 1928, Ramos de Azevedo concebeu, nos padrões do classicismo francês, a “Casa das Rosas”, onde hoje, já tombada pelo
patrimônio histórico, funciona um centro cultural que celebra a poesia, a
literatura e a arte em geral.
Na década de 1950, novas regras urbanísticas fazem com que as famosas mansões
da Paulista comecem a dar lugar a imponentes edifícios comerciais e
residenciais. Um dos marcos dessa evolução foi a inauguração, em 1956, do
“Conjunto Nacional”.
Em 1968, a via foi ampliada para 48 metros de largura e nesse mesmo ano foi
inaugurado o MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, que possui o
mais significativo acervo de arte ocidental dos países latinos.
Na década de 1980, foi criada a Associação Paulista Viva, com o objetivo de
preservar a imagem do principal símbolo da cidade de São Paulo e também para
melhorar a qualidade de vida das milhares e milhares de pessoas oriundas de
todas as regiões da cidade e, porque não dizer, do mundo, que diariamente
movimentam-se pela Avenida Paulista.
Bibliografia: 1) Parque Trianon – Folder Roteiro – Trilhas Urbanas
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