Quem gosta de aventuras, certamente, já ouviu falar na caça ao
Saci.
Mas quem resolver caçá-lo, cuidado para que não escape. Pode ser perigoso.
Dizem que os Sacis são comuns lá pelas bandas de Botucatu, eu até
conheço gente que jura ter uma criação de Sacis no fundo do quintal.
Eu sempre fui muito aventureira e por esse motivo resolvi investigar como é
que se captura um Saci.
Queria ter um aqui em casa.
Guardado numa gaiola, que fique bem claro.
Queria ter um aqui em casa.
Guardado numa gaiola, que fique bem claro.
Lógico que isso é um segredo, afinal meus vizinhos ficariam temerosos se soubessem que eu tenho a intenção de criar um serzinho, tão perigoso como esse, aqui no apartamento.
Mas eu confio na discrição de vocês e vou lhes contar como consegui caçar um
Saci, dos grandes, e o mantive numa gaiola, daquelas que se usa para ramster, só
que um pouquinho maior.
Foi assim:
CAÇANDO UM SACI
O melhor jeito de caçar um Saci é com peneira de cruzeta. Peneira de cruzeta
tem um reforço no centro, em forma de cruz.
Arranjei uma dessas e esperei um dia de vento forte, com rodamoinho de poeira
e folhas secas. Quando chegou a ocasião, fui com todo o cuidado para o
rodamoinho e zás, joguei a peneira em cima.
Em todo rodamoinho tem Saci, pois essa é a principal ocupação dos Sacis neste
mundo.
Depois de pegá-lo com a peneira, foi só colocá-lo numa garrafa e tampar, bem,
com uma rolha; não sem antes tirar a carapuça do danado e esconder bem
escondidinho atrás da porta.
Mas não se pode esquecer, de fazer uma cruz na rolha, senão o Saci escapa.
Foi o que fiz.
Em seguida coloquei a garrafa dentro da gaiola e olhei.
A garrafa era escura e não deu para ver nada, mas eu tenho certeza que ele
estava lá, pois a carapuça estava pendurada atrás da porta.
Sacis não andam sem sua carapuça, logo, se ela estava pendurada é porque ele
estava na garrafa.
Daí em diante a gente consegue dominar o danado e ele faz tudo que a gente
quer.
A gente só consegue ver o Saci quando faz um dia bem quente e dá uma preguiça
no meio da tarde... a gente tira um cochilo e pimba!
Lá está o Saci, bem visível.
Eu fiquei com o Saci durante um tempão.
A FUGA DO SACI
Até que, um dia, minha mãe descobriu a gaiola em cima do meu guarda-roupas e
achou estranho aquela garrafa vazia dentro.
Sim, porque minha mãe não conseguia ver o Saci.
Ela abriu a garrafa para ver o que tinha dentro e puff!
O danado fugiu. Não sem antes vestir a carapuça, que ele achou, fácil, fácil,
atrás da porta.
Daí em diante eu não tive mais sossego.
As coisas vivem desaparecendo aqui em casa. Eu perdi meu relógio novinho em
folha que ganhei de aniversário. Perdi uma lata de tinta branca que comprei para
pintar o escritório, perdi até um bilhete de loteria premiado!
Acho que não foi uma boa ideia ter caçado aquele Saci, mas se você quiser
tentar, é bom saber mais sobre Sacis, neste caso veja a coleção do Monteiro
Lobato, lá tem um livro inteirinho que fala só sobre Sacis.
Bibliografia: Lobato, Monteiro – O Saci – Ed. Círculo do Livro S.A.
Cresci ouvindo histórias de saci...Valeu depois de muito tempo relembrei..obrigado
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