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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Macaquinhos no sótão. Pegar ou não pegar, eis a questão

Quase sempre pegamos os macaquinhos alheios para alimentar e deixamos os nossos próprios passando fome
by Telma M.
Certa vez eu li um livro, desses de auto-ajuda, que me marcou profundamente. Se a memória não me enganar, o nome do livro era “Gerência de si mesmo”, de Antonio Walter de Andrade Nascimento.
Não me lembro com exatidão do texto, mas uma coisa ficou gravada em meus arquivos mentais: uma teoria muito interessante sobre os problemas alheios que muita gente toma para si, enquanto o dono do problema fica livre das preocupações.

Esses são os tais “macaquinhos dos outros” que, às vezes, pegamos para cuidar como se fossem nossos.

Eu sempre digo para mim mesma que se cada pessoa cuidasse de seus próprios dramas, o mundo seria mais leve. O problema é que tem gente demais jogando seus fardos sobre os ombros de outros, que ficam sobrecarregados.
Agora, vejam só o “baita” macaquinho que eu arranjei. E como foi difícil me livrar dele.
Bastaria eu não pegá-lo que tudo estaria resolvido. Mas os macaquinhos atraem, eles são “pegajosos”.

Uma noite dessas, eu estava confortavelmente deitada em frente à televisão assistindo um filme, coisa que me deixa bastante feliz, quando o telefone tocou. Era uma amiga pedindo ajuda para solucionar um problema com a montagem de seu tear!

Ao ouvir qual era o problema, eu me dei conta que seria necessário me levantar da poltrona e ir ver meu próprio tear, pois não me lembrava exatamente como ele era montado. Foi o que fiz, porém acabei perdendo uma parte do filme.

O problema não parou por aí, foi preciso ligar para minha amiga e orientá-la.
Para meu desagrado ela tinha outras dúvidas que foi perguntando e eu tentando responder. Em certo momento ela pediu-me que fosse até sua casa, que por sorte é bem pertinho, ajudar na montagem do tal tear.

Lá fui eu vestir uma roupa por cima do pijama. Saí meio desanimada, mas era minha amiga... Não podia decepcioná-la.
Ao ver o tear percebi que perderia um tempo enorme, mas era minha amiga... Ela estava tão ansiosa!

Comecei a procurar as peças e o telefone dela tocou. Era o filho pedindo para ir buscá-lo na casa de um amigo. Minha amiga saiu, disse que voltaria rapidinho.
Enquanto isso, eu fiquei de joelhos no meio da sala “dela”, tentando montar o tal tear “dela”, para que “ela” pudesse usar.
Não voltou rapidinho, ela demorou muito. Eu acabei montando o tear e ela nem se preocupou em aprender.

Para resumir a história, eu perdi o filme todo.
Quando voltei para casa, o programa que estava passando já era outro.

Quantas vezes nós pegamos os macaquinhos alheios para alimentar?
Quantos macaquinhos alheios vamos acumulando em nosso sótão?

Chega um momento em que percebemos que estamos com macaquinhos demais, nem conseguimos alimentar e cuidar de todos. São barulhentos e exigentes. E são todos alheios!
Nossos próprios macaquinhos passam fome e estão abandonados...

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3 comentários:

  1. é fácil! é só designar nossos macaquinhos pras outras pessoas!

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  2. Com o tempo vamos conhecendo melhor nossos "amigos" e suas necessidades constantes. Eu desenvolvi minha técnica de escapada: tenho sempre uma resposta na ponta da língua para cair fora de roubadas. Não me sinto culpada por não ser solidaria o tempo todo, afinal eu nunca deposito nos outros a solução dos meus problemas.

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  3. Uma coisa é ajudar os outros e outra e ser capacho dos outros.
    Ser capacho é meio idiotice.
    E ser amigo nao significa cuidar dos tais "macaquinhos".
    Adoro ajudar os amigos, mas as vezes podemos ser espertos e marcar um momento certo sem prejudicar ninguem para a boa ação.

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