by Roberto M.
Muiraquitã é um amuleto sagrado da região amazônica. É símbolo de vitória e fertilidade. Vamos contar aqui, a história do amuleto que o herói Macunaíma tanto procurava.
Conta a lenda que, séculos e séculos atrás, entre as muitas tribos indígenas da região amazônica, havia uma tribo formada exclusivamente por mulheres. Essas mulheres, bravas guerreiras, consideradas invencíveis tomavam para si todas as tarefas tradicionalmente atribuídas ao homem. Eram conhecidas como as icamiabas.
Nenhum homem guerreiro, por mais valente que fosse, ousava penetrar nos domínios das icamiabas.
Sem a necessidade da presença masculina, elas lutavam, caçavam e adoravam seus próprios deuses, vindo a construir uma nação poderosa e temida, conhecida como a tribo das Amazonas.
Entretanto, todo esse poder e independência trouxeram às icamiabas um grande problema: a preservação da tribo. Para gerar filhos, era necessária a presença do sexo masculino.
Então, para produzir descendentes, elas flexibilizavam, um pouco, a rigidez de suas leis e, em determinadas épocas, recebiam homens de outras tribos amazônicas em sua aldeia, às margens do lago Jaci-Uaurá.
Era um período de festas. Os homens guerreiros, durante a lua cheia, vinham das mais distantes regiões, ansiosos por aproveitarem a oportunidade única de adentrarem os domínios das icamiabas e com elas se deleitarem.
O epílogo da festança era uma cerimônia religiosa. Em honra de Jaci (a Lua), ao som de rezas e cânticos, na última noite de permanência dos homens na aldeia, as mulheres amazonas dirigiam-se com eles para as margens do lago.
Envolvidas pelo reflexo do intenso brilho da lua nas águas, as guerreiras mergulhavam no lago e nadavam até o fundo para encontrar a Mãe da Muiraquitã.
Recebiam dela uma argila verde, que usavam para esculpir pequenos amuletos em forma de tartarugas, peixes, cubos, cilindros ou qualquer outra forma que lhes viesse à cabeça.
Quando voltavam à superfície, as pequenas esculturas verdes, que eram moles, endureciam e tornavam-se brilhantes como jóias, transformando-se nos mágicos talismãs Muiraquitãs.
As índias, então, presenteavam os homens escolhidos para pais de seus filhos com os muiraquitãs.
Os guerreiros usavam os muiraquitãs no pescoço, como talismãs, para protegê-los de todos os perigos e depois os passavam de geração em geração como herança e lembrança do dia em que as terríveis amazonas se renderam aos seus encantos masculinos.
Por outro lado, as icamiabas após darem à luz seus filhos, separavam os meninos e os matavam. As meninas eram educadas para a arte da guerra, preservando a tradição e a independência da tribo feminina.
Após séculos, as icamiabas já não existem, mas a lenda ainda persiste e até hoje os muiraquitãs são encontrados na Amazônia, especialmente nos arredores de Óbidos e nas praias entre a foz dos rios Nhamundá e Tapajós, sem que ninguém consiga explicar sua procedência.
Apresentando sempre figuras muito bem esculpidas, representando animais ou figuras geométricas, esses amuletos são feitos de um material (jade, nefrita, feldspato, porfiro ou jadeíte) cuja jazida jamais foi encontrada na região, fazendo com que a origem dos muiraquitãs se torne ainda mais misteriosa.
Os índios mais antigos, afirmam categoricamente que herdaram os muiraquitãs de seus antepassados e esses afirmavam que haviam sido, os talismãs, ganhos de presente das mulheres icamiabas.
Entretanto, não existe nenhuma prova concreta da real existência dessa famosa tribo composta unicamente de mulheres guerreiras, as icamiabas.
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